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Cobogós: estética, funcionalidade e história!

By Janeiro 18, 2021 No Comments

Muito populares por aqui, os cobogós são elementos quase centenários que vêm ganhando espaço no meio arquitetônico. Mas o que muitos não sabem, é que por trás de toda a beleza dos efeitos de luz proporcionados por um cobogó, existe muita funcionalidade e, sobretudo, história. Vem conosco conhecer mais sobre ele! 

Fotos: Lio Simas

O que são?

Cobogós são elementos vazados que permitem a passagem de luz natural e ventilação para o interior das residências. Nos trópicos, também causam um efeito visual interessante na fachada das casas, as transformando em verdadeiras luminárias urbanas. Ah, e não podemos esquecer da privacidade interna que essas peças proporcionam. Os cobogós garantem personalidade, conforto e estética aos espaços, e podem ser utilizados em várias propostas, desde os projetos mais simples, aos mais sofisticados e luxuosos.

Imagens renderizadas por Creative Render

História

O nome surgiu a partir de uma junção das iniciais dos próprios criadores: o português Amadeu Oliveira Coimbra, o alemão Ernst August Boeckmann e o engenheiro pernambucano Antônio de es. Co-Bo-Gó. As peças tiveram sua origem inspirada em elementos da arquitetura árabe, como o muxarabi (ou Mashrabiya), que são treliças de madeira conhecidas por garantir a privacidade e proteção contra o sol nas sacadas das casas islâmicas.

Apesar da inspiração estrangeira, o cobogó pode ser considerado um elemento tipicamente brasileiro, já que foi criado e patenteado em Recife, capital de Pernambuco, em 1929. A ideia principal era desenvolver algo que amenizasse o calor na parte interna das casas nordestinas. Então, o engenheiro e os dois comerciantes chegaram a um resultado simples e barato, que os permitia levantar paredes sem vedar o fluxo de ar dos espaços internos. E é claro que, com toda essa funcionalidade, o cobogó não demorou muito para ganhar seu espaço, se popularizando bastante nos anos 1950 e sendo muito utilizado na arquitetura modernista que compôs a construção de Brasília, por exemplo.

Materiais

Em seu modelo tradicional, o cobogó era feito apenas de cimento ou cerâmica vermelha natural. Esses materiais casam muito bem em uma proposta de um décor industrial, com elementos mais brutos e aparentes. Apresentam baixo custo, mas ao mesmo tempo não possuem tantas opções de desenhos e padrões geométricos.

Após sua popularização, surgiram outros modelos de cobogós com materiais variados, assim como várias formas de instalação e muitas possibilidades de escolha. Os cobogós em gesso, por exemplo, são mais frágeis e utilizados em ambientes internos. Os feitos em vidro dão maior destaque à luminosidade dos espaços, e os produzidos em cerâmica esmaltada apresentam maior durabilidade e resistência, além de um leque de cores e formas para escolher. O segredo é analisar qual material e modelo harmoniza com o décor do seu projeto e, principalmente, que atende às suas necessidades. Também é importante lembrar que cada material exige uma manutenção diferente. Anotou a dica?

Vantagens e desvantagens

Os cobogós possuem muitas vantagens, desde as que já mencionamos aqui, como a maior ventilação e distribuição de luz natural, até as de divisão de espaços de maneira prática  e cheia de personalidade. Para dar uma cara diferente à sua fachada, esses elementos funcionam muito bem, sem contar que proporcionam a integração entre a parte externa e a parte interna da residência. A harmonia estética é garantida pela variedade de modelos e materiais disponíveis que também já citamos por aqui. 

Mas também é importante lembrar que o uso desses elementos exige certos cuidados, como por exemplo no caso do cobogó de cerâmica tradicional, que se não for limpo periodicamente da maneira certa, pode acumular mofo. Além disso, em regiões com climas frios em certas épocas do ano, o recomendável é agregar o cobogó à outro elemento, como janelas de vidro, para impedir o desconforto térmico durante o inverno.

Agora que você já sabe tudo sobre os cobogós, que tal explorar o mundo do brise-soleil? Continue nos acompanhando pelas redes sociais e pelo blog EDT para mais conteúdos como esse! 

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Vanessa Faller
Sócia-proprietária do Espaço do Traço

 

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